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Condições gerais da Comunhão Eucarística


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As condições que os Padres definiram para o acesso à Santa Eucaristia não definem um “direito”, pois que os Santos Cânones não procedem do mundo jurídico, antes do mundo da Igreja – mundo ascético, sacramental e espiritual. Tais condições definem a possibilidade para o ser humano de receber a graça do Espírito Santo e ser admitido no Reino. Eis o espírito dos santos cânones.


1.   Condição dogmática eclesial


Definição: É necessário ser membro da Igreja Ortodoxa para poder comungar.


Comentário: Não podemos separa a Cabeça do Corpo, Cristo de Sua Igreja. Aquele que comunga ao Cristo comunga à Igreja, quer dizer que ele entra em união com ela, com seu dogma, sua espiritualidade, sua vida. É evidente que aquele que confessa a heresia ou que se opõe ao ensinamento ortodoxo não pode comungar à Igreja. Aquele que a reconhece como a verdadeira Igreja de Cristo e que se torna membro de sua assembleia pode comungar à sua mesa mística.


2.   Condições Canônicas


Definição: Não é suficiente somente estar unido em espírito e em verdade à Igreja, antes indispensável ser admitido à comunhão, pela hierarquia, sendo o sacerdote seu representante.


Comentário: Cristo deu aos Seus santos Apóstolos e seus sucessores o poder de desligar e ligar, discernindo se aquele que crê pode comungar. É o sacerdote que recebe o crente na Ortodoxia, que recebe a confissão de seus pecados, que lhe confere a absolvição, permitindo-lhe comungar. Ele liga ou desliga.


3.   Condição Espiritual


Definição: O fiel que se aproxima da Santa Mesa deve estar penetrado de sua própria indignidade e, ao mesmo tempo, de uma confiança total na misericórdia divina.


Comentário: Aquele que se imagina ser digno de se aproximar dos redutíveis mistérios, comunga “para sua condenação”. O mesmo serve para aquele que duvida da bondade de Deus. Deus resiste aos orgulhosos.

(O mistério pastoral tem por papel o de conduzir o ser humano à disposições espirituais que lhe permitem não comungar para sua condenação, mas para a “vida eterna”).


4.   Condição moral


Definição: Existem pecados que fecham ao ser humano a porta do Reino (I Cor. 6, 9-10). Estas faltas requerem uma penitência preliminar fixada pelo sacerdote ou o Pai Espiritual: trata-se principalmente da morte, do adultério e da apostasia.


Comentário: O pecador, depois da confissão, recebe do confessor uma “penitência” (epitimia) que representa um remédio para a doença espiritual que é o pecado, e não uma punição de caráter jurídico. Esta “penitência”, seguindo a importância do pecado, o estado espiritual do penitente e o discernimento do Pai Espiritual, será breve ou longa (alguns meses, um ano, muitos anos...). Durante os períodos de penitência, o penitente não é admitido à Santa Comunhão. Mas, não é “excomungado” no próprio sentido.

Permanece membro da Igreja que continua a orar por ele como ora pelos catecúmenos e pelos doentes. A Igreja tem esta prática, pois sabe que é necessário seguir os mandamentos de Cristo para ser admitido no Reino. É então pelo cuidado da salvação do penitente que ela faz isto, para sublinhar a santidade e a pureza do Corpo de Cristo, que é o Sacramento da Eucaristia e o Sacramento da Igreja.


5.   Condição Evangélica


Definição: Somente, aquele que se reconciliou com seu irmão, pelo menos em seu coração, pode comungar.

Comentário: É o próprio Cristo que demanda a reconciliação fraterna antes da oferenda (Mt. 5, 23-24). A Eucaristia é o sacramento da união, de amor e de reconciliação. Aquele que diz que ama a Deus e não ama seu irmão, mente, escreve São João em sua epístola (I Jo. 4, 20).


6.   Condição ascética


Definição: O jejum eucarístico é pedido pela Igreja antes da Comunhão.


Comentário: Nem Cristo (depois de cear, toma o Cálice), nem a Igreja dos primeiros séculos (os ágapes precediam a Eucaristia) não reclamam o jejum eucarístico. Todavia, desde o IV século, os Padres começaram a demanda-lo, o que é ainda prática na Igreja. Sabemos que o próprio Cristo jejuou durante 40 dias antes de começar a Se dar em alimento pelo Seu ensinamento, Seu exemplo e finalmente Sua Páscoa. O jejum constitui uma boa preparação espiritual à Eucaristia, conduzindo o fiel a se purificar de suas faltas e adquirir por vezes o sentido de sua indignidade e aquele da misericórdia de Deus. Ele aprofunda a fome e a sede espirituais que o próprio Cristo vem satisfazer. A prática atual da Igreja prevê um jejum desde a meia-noite para a comunhão matinal.


7.   Condição de piedade


Definição: A Igreja propõe a preparação à Santa Comunhão pelas orações, pela confissão dos pecados e diferentes formas de abstinência regradas pelo Pai Espiritual, levando em conta as disposições e forças de cada um.


Comentário: A Igreja coloca a necessidade de se purificar para Deus e de romper com tudo que cria obstáculo ao homem interior e o impede de receber o Espírito Santo.

Tais são as sete principais condições que permitem o acesso à Santa Mesa na Igreja Ortodoxa. Elas conduzem a três: ser membro do laos da Igreja pela Fé; estar reconciliado com todos; estar preparado interiormente pela metanóia pessoal. Estas condições permitem uma vida sacramental fecunda e, em particular, a comunhão frequente sem banalização. Eis o desejaram alguns Padres ortodoxos tais como São Cipriano, São Basílio, São João Crisóstomo e mais próximo à nossa época, São Nicodemos o Hagiorita, São João de Kronstadt o Taumaturgo e muitos outros prelados atuais.


KOVALEVSKY Bispo Jean

tradução de monja Rebeca (Pereira)

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Pároco da paróquia Axion Estin em Sorocaba e, responsável pela igreja GOC no Brasil, missionário da comunidade São João Maximovich em Curitiba e da Paroquia Nossa Senhora da Proteção na Pedreira -São Paulo SP.

"Sou um sacerdote ortodoxo e busco fiéis comprometidos com a Santa Fé, livres das heresias propagadas por aqueles que a desconhecem ou a deturpam intencionalmente. Como membro da Genuína Igreja Ortodoxa da Grécia, preservamos  fielmente a Santa Tradição e os Santos Cânones, incluindo as decisões dos Santos Concílios que anatematizam as alterações no calendário litúrgico. Seguimos a determinação do Concílio de Niceia sobre o Menaion e o Pascalion, bem como as resoluções dos Concílios Pan-Ortodoxos de 1583, 1587, 1593 e 1848."

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