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Megalomártir Bárbara de Heliápolis, na Síria (+306)

(Comemorada em 4 / 17 de Dezembro)


Santa Bárbara era filha única de Dioscorus, um nobre, pagão e que cedo enviuvou. Ele era déspota, acostumado à submissão de seus subordinados. Ele amava sua filha mais do que tudo neste mundo, e, sendo pagão, apenas pensava no bem estar dela na terra. Santa Bárbara vivia em Heliópolis da Fenícia (ao norte da Terra Santa) no final do III e início do IV século. Com receio de que o contato com pessoas trouxesse à Bárbara amizades abaixo de seu nível, Dioscorus construiu uma esplêndida casa para ela com uma torre alta e ordenou que não saísse de lá para nada.



Sozinha em sua torre, a jovem Bárbara encontrava consolo sentando-se à janela da torre admirando a beleza dos arredores. Ela se deliciava vendo a cadeia de montanhas derretendo ao longe, a suavidade do tom esverdeado dos vales, a brancura das nuvens flutuando pela imensidão do céu e pelo aroma das flores dos campos e da relva. E quando o crepúsculo se aproximava e milhões de luzes uma após outra se acendiam no escuro do céu, a alma inocente de Bárbara era tomada pela admiração e sede de conhecer Aquele que criou essa admirável beleza. As respostas dadas por suas educadoras pagãs não a satisfaziam, e após longa reflexão, Bárbara chegou à conclusão de que existe apenas Um Criador, Bondoso, Sábio e Onipotente, O Qual criou e dá vida a tudo. Foi este Deus que a jovem Bárbara quis conhecer.



Quando Bárbara atingiu a maioridade, o pai decidiu que ela deveria se casar. Uma multidão de pretendentes vinha até ela, mas ela os recusava sob vários pretextos. Então o pai, pensando que ela tornara-se antissocial devido à longa clausura, permitiu que ela saísse de casa e conhecesse pessoas. Pela providência de Deus, Bárbara conheceu diversas jovens cristãs e através delas teve conhecimento a respeito de Deus-Criador e Cristo Salvador. Ela, através de sua alma sutil entendeu que finalmente encontrou aquilo que há tempos procurava. Passando a crer, ela recebeu o batismo sem que seu pai soubesse.



Quando Dioscorus voltou para casa ficou surpreso vendo que a sauna que estava sendo construída para Bárbara possuía três janelas ao invés das duas que ele havia mandado fazer, e no mármore estava traçada uma cruz. Em um diálogo tenso com o pai, Bárbara não conseguiu mais esconder dele sua fé cristã. Ela explicou que três janelas simbolizam a Santíssima Trindade, e a cruz traçada por ela própria era uma memória ao Salvador crucificado. Num acesso de raiva, Dioscorus quis golpeá-la com sua espada, mas Bárbara fugiu de seu alcance.



Dioscorus encontrou-a somente no dia seguinte e a manteve trancada durante alguns dias, sem nenhum alimento. Em seguida, ele entregou Bárbara a Marciano, governador da cidade, informando que ela era cristã e dizendo: "Faça aquilo que quiser com ela. Eu a renego”.



Encantado com a beleza da donzela, Marciano em princípio tentava convencê-la, com palavras carinhosas, a renunciar à sua fé e oferecer um sacrifício aos deuses. Bárbara com palavras decididas recusou sua proposta e com bravura declarou diante de todos que acreditava em Cristo Deus Salvador do povo. Esta brava declaração da donzela levou o governador ao furor, e ele a entregou a torturas morais e físicas. Mas nem o desnudamento do seu corpo, nem o açoite público, o qual causou feridas terríveis, não abalaram o espírito forte de Bárbara. Durante seu sofrimento, ela rezava a Deus sem parar, colocando toda sua esperança n’Ele. Após muitas torturas, santa Bárbara foi jogada numa prisão, onde foi agraciada pela aparição do Próprio Cristo Salvador, que curou suas feridas e prometeu-lhe uma grande recompensa no Céu.



Ao amanhecer, os carrascos chegaram à prisão e para seu espanto encontraram a mártir em perfeitas condições de saúde. Eles, porém, não se conscientizaram do milagre evidente e atribuíram a cura aos seus deuses. O governador novamente tentou coagir a santa a oferecer sacrifício aos ídolos, mas ela se mantinha firme. Então ela foi submetida a novas torturas, mas santa Bárbara adquiria novas forças espirituais em suas orações a Deus. Vendo que nem as torturas, nem a lisonja, obrigariam a cristã a renegar a fé, o governador ordenou que sua cabeça fosse decapitada com uma espada. Para que houvesse maior zombaria e humilhação, foi ordenado que santa Bárbara fosse levada para a execução completamente nua. Porém, o Senhor fez um milagre para consolo de sua mártir: uma luz celestial a envolveu como se fosse uma vestimenta e assim os pagãos não puderam ver sua nudez. Antes da execução, santa Bárbara rogava a Deus para que todos aqueles que, se lembrando de seu sofrimento pedissem sua ajuda, fossem livrados de uma morte súbita. O Senhor aceitou o pedido da mártir, e ela ouviu uma voz que lhe prometia isso.



A decapitação foi efetuada pelo próprio pai da santa, totalmente endemoninhado pelo ódio. Juntamente com santa Bárbara, foi decapitada certa mulher cristã, de nome Juliana, a qual vendo o martírio de Bárbara, criticou e condenou as autoridades por sua crueldade.



O julgamento justo de Deus sobre os tiranos não tardou. Naquele mesmo dia, o pai de Bárbara e o governador, foram mortos por um relâmpago, o qual os deixou completamente incinerados.



As relíquias da mártir Santa Bárbara foram preservadas e veneradas durante séculos numa igreja grega. Em 1108, a imperatriz grega Bárbara casou-se com o príncipe Sviatopolk de Kiev, filho de Iziaslavl. Ela trouxe consigo as relíquias de sua protetora celeste, as quais se encontravam no mosteiro de São Miguel, em Kiev.



Glorificada no Reino de Cristo, ela apareceu muitas vezes, até os nossos dias, às vezes sozinha e às vezes na companhia da Santa Mãe de Deus.






Tropário- Tom VIII:


Honremos à santa Bárbara; pois a mais honrada quebrou as armadilhas do inimigo // e foi libertada deles como um pássaro, com a ajuda e o auxílio da Cruz.



Kontáquio - Tom IV:


Seguindo a Deus que é piedosamente louvado na Trindade, / ó atleta, escureceste os templos pagãos; / e sofrendo em meio a tua disputa, /ó Bárbara de mente masculina,/ não tiveste medo das ameaças dos tiranos, sempre cantando em voz alta:// "Eu adoro a Trindade, o Deus único!".

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Pároco da paróquia Axion Estin em Sorocaba e,responsavel pela igreja GOC no Brasil, missionário da comunidade São João Maximovich em Curitiba.

"Sou um sacerdote ortodoxo e busco fiéis comprometidos com a Santa Fé, livres das heresias propagadas por aqueles que a desconhecem ou a deturpam intencionalmente. Como membro da Genuína Igreja Ortodoxa da Grécia, preservamos  fielmente a Santa Tradição e os Santos Cânones, incluindo as decisões dos Santos Concílios que anatematizam as alterações no calendário litúrgico. Seguimos a determinação do Concílio de Niceia sobre o Menaion e o Pascalion, bem como as resoluções dos Concílios Pan-Ortodoxos de 1583, 1587, 1593 e 1848."

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