Venerável Mártir Estevão,o Novo (767)
- Paróquia Axion Estin
- 27 de mar.
- 3 min de leitura

(Comemorado em 28 de Novembro / 11 de Dezembro)
Santo Estevão, o novo, um dos mais famosos mártires da perseguição iconoclasta, nasceu em Constantinopla. Quando tinha quinze anos, seus pais lhe confiaram aos monges do antigo monastério de São Auxentius, não longe de Calcedônia. O ofício do jovem consistia em comprar as provisões. Com o motivo da morte de seu pai, Estevão teve que ir a Constantinopla. Aproveitou a ocasião para vender suas posses e repartir o produto entre os pobres. Uma de suas duas irmãs era já religiosa; a outra partiu para Bitínia com sua mãe, e ambas se retiraram também a um monastério. Quando morreu o abade João, Estevão foi eleito para suceder-lhe, apesar de que só tinha trinta anos. O monastério consistia em uma série de celas isoladas, dispersas na montanha. O novo abade se estabeleceu em uma cova do cume. Ali uniu o trabalho a oração: se ocupava em copiar livros e em fabricar redes. Alguns anos mais tarde, Estevão renunciou ao cargo e em um local mais retirado ainda construiu uma cela tão estreita, que o santo não podia estar de pé nem deitar-se, sem se chocar com as paredes. Nessa espécie de sepulcro se fechou aos quarenta e dois anos de idade.
O imperador Constantino Coprónimo continuou a guerra que seu pai, Leo, havia declarado às imagens. Como era de esperar, encontrou entre os monges a oposição mais forte e contra eles tomou as medidas mais rigorosas. Como estava ciente da grande influência de Estevão, o imperador se esforçava para que subscrevesse o decreto promulgado pelos bispos iconoclastas no sínodo do ano 754. O patrício Calixto fez a tentativa de convencer o santo para que o assinasse, mas fracassou. Constantino, furioso ao não ver a assinatura de Santo Estevão, enviou Calixto com um grupo de soldados para que arrastassem o santo de sua cela. Estevão se achava já tão esgotado, que os soldados tiveram que levá-lo carregado até o cume da montanha. Algumas testemunhas compradas acusaram a Santo Estevão de haver convivido com sua filha espiritual, a santa viúva Ana. Esta protestou sua inocência e, ao negar-se a dar testemunho contra o santo, como pedia o imperador, foi encarcerada em um monastério onde morreu pouco depois, por consequência dos maus tratos.
O imperador, que buscava um novo pretexto para condenar à morte a Estevão, o surpreendeu quando conferia o hábito a um noviço, coisa que estava proibida. Imediatamente, os soldados dispersaram os monges e incendiaram o monastério e a igreja. Estevão foi levado preso em um navio a um monastério de Crisópolis, onde se reuniram para julgá-lo, Calixto e alguns bispos. A princípio, lhe trataram cortesmente, mas depois começaram a maltratá-lo com brutalidade. O santo lhes perguntou como se atreviam a qualificar de ecumênico um concílio que não havia sido aprovado por outros patriarcas, e defendeu tenazmente a veneração das sagradas imagens. Por isso, foi exilado para a ilha de Proconeso de Propóntide. Dois anos mais tarde, Constantino Coprónimo mandou que fosse transladado a uma prisão de Constantinopla. Alguns dias depois, o santo compareceu diante o imperador. Este lhe perguntou se acreditava que pisotear uma imagem era o mesmo que pisotear a Cristo. Estevão respondeu: “Certamente que não”. Mas em seguida, tomando uma moeda, perguntou que castigo merecia o que pisoteasse a imagem do imperador que havia nela. Apenas a ideia desse crime provocou grande indignação. Então Estevão perguntou: “De modo que é um crime enorme insultar a imagem do rei da terra e não o é lançar ao fogo as imagens do Rei do Céu?” O Imperador o mandou açoitar, coisa que os verdugos fizeram com extrema violência. Quando Constantino se inteirou de que o santo não havia morrido no suplício, exclamou: “Não há ninguém capaz de livrar-me desse monge?” Imediatamente, um dos presentes correu para o cárcere e arrastou o mártir pelas ruas da cidade, onde a multidão o golpeou com pedras e paus, até que um homem lhe destroçou a cabeça com uma marreta.
Tropário - Tom IV:
Lutando primeiro em jejum na montanha, / com toda a armadura da Cruz, destruíste as hordas noéticas do inimigo, ó abençoadíssimo; / e depois bravamente preparaste a ti mesmo para tua disputa,/ matando Copronymus com a espada da fé.// E por ambos os atos tu foste coroado por Deus, ó sempre memorável e venerável Mártir Estêvão.
Kontáquio - Tom VIII:
Com todo o coração, ó vós que amais as festas da Igreja,/ louvemos fielmente com os hinos o piedoso Estevão, o amante da Trindade, / como alguém que venerou a bela imagem do Mestre e de Sua Mãe;/ e juntos, vamos agora clamar a ele, regozijando-nos com amor:// Alegra-te, ó sempre glorioso pai!
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