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4° Domingo da Quaresma


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Domingo de São João Clímaco


Quarto Domingo

Neste dia comemora-se São João Clímaco, abade do Sinai (séc. VI-XVII), a quem se atribui um domingo especial na Quaresma porque, pelos seus escritos e pela sua própria vida, constitui um modelo do verdadeiro asceta cristão. São João é o autor da Escada do Paraíso, um dos textos espirituais que devem ser lidos na igreja durante a Quaresma. A sua memória, tal como a de São Teodoro, foi transferida do calendário fixo para o móvel, onde é recordado a 30 de março. O primeiro cânone das Matinas deste domingo baseia-se na parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 30-5): o cristão arrependido é comparado ao homem que caiu no meio dos ladrões.


Quinta semana


Durante esta semana, há duas celebrações especiais:


(i) Na Quinta-feira de manhã, o Grande Cânone de Santo André de Creta é lido na íntegra, juntamente com o Cânone de Santa Maria do Egito; a Vida de Santa Maria é também lida durante a celebração.


(ii) Nas Matinas de sábado, canta-se o Hino Akathistos à Mãe de Deus. Uma das maiores maravilhas da poesia religiosa grega, com uma riqueza de imagens que é o desespero de qualquer tradutor, o Hino Akathistos tem vinte e quatro estrofes principais, alternadamente longas e curtas: cada estrofe longa leva o título “ikos” e termina com o refrão “Salve, noiva sem noivo”, enquanto cada estrofe curta é denominada “kontakion” e termina com o refrão “Aleluia”. O título “Akathistos” significa literalmente “não sentado”, sendo o Hino assim chamado pelo fato de todos permanecerem de pé enquanto é cantado.

A maior parte do Hino é constituída por louvores dirigidos à Virgem Santa, começando cada um deles com a saudação do Arcanjo Gabriel, “Salve” ou “Alegrai-vos” (Lc 1, 28). O Hino passa em revista os principais acontecimentos relacionados com a Encarnação de Cristo, começando com a Anunciação (primeiro ikos) e terminando com a Fuga para o Egito (sexto ikos) e a Apresentação no Templo (sétimo kontakion).        

O Hino Akathistos, ao que parece, foi composto originalmente numa época em que a Anunciação ainda era celebrada juntamente com o Natal e ainda não tinha se tornado uma festa separada. Talvez tenha sido cantado no dia 26 de dezembro (calendário Patrístico), a Synaxis da Santíssima Theotokos. Foi provavelmente durante o reinado do imperador Justiniano (527-65) que a Anunciação começou a ser celebrada pela primeira vez a 25 de março (calendário Patrístico); e quando isso aconteceu ou pouco depois - e em todo o caso não depois de 718 - o Hino Akathistos foi também designado para ser cantado em 25 de março. Mais recentemente, talvez durante o período da Tourkokratia, após a queda de Constantinopla (1453), o Hino foi transferido do calendário fixo para o calendário móvel e, em vez de ser cantado a 25 de março,(calendário Patrístico) foi designado para o Sábado da quinta semana. O costume de cantar uma parte do Hino nas Completas das primeiras quatro sextas-feiras da Quaresma é ainda mais recente: embora se encontre entre os gregos, tal prática não faz parte do uso eslavo.        

A ligação entre o Hino Akathistos e a Festa da Anunciação continua a ser muito evidente: por exemplo, a maior parte dos textos das Vésperas de sexta-feira antes da Vigília do Akathistos são tirados diretamente do Ofício de 25 de março. A Anunciação cai quase sempre no período do Grande Jejum, e é por isso que este ofício especial de louvor à Mãe de Deus encontrou um lugar no Triodion quaresmal.        

No início do Hino Akathistos, canta-se um Kontakion muito apreciado pelo povo ortodoxo: “A ti, nossa chefe de batalha e defensora...”, celebrando a libertação da cidade de Constantinopla dos seus inimigos através da ajuda da Mãe de Deus. Parece que este Kontakion não fazia originalmente parte do Hino Akathistos, pois no próprio Hino não há em parte alguma qualquer alusão a tal libertação. Muito provavelmente, o Kontakion foi escrito pelo Patriarca Sérgio para celebrar a fuga bem-sucedida da capital bizantina durante o ataque dos persas e dos avares em 626. Nesse contexto, é quase certo que o Hino Akathistos seja mais antigo do que o Kontakion. Talvez este Kontakion, e o próprio Hino Akathistos, também tenham sido cantados nas celebrações de ação de graças após outras libertações de Constantinopla: dos árabes em meados dos anos 67, dos árabes novamente em 717-18, e dos russos (ainda não convertidos à ortodoxia) em 860. Entendido num sentido mais amplo, o Kontakion exprime, na consciência dos fieis ortodoxos, o seu sentimento de dependência contínua da intercessão protetora da Virgem Santa em todos os momentos de crise e perigo.


Tradução do TRIODION : Marina (Camila Tintel)

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Pároco da paróquia Axion Estin em Sorocaba e, responsável pela igreja GOC no Brasil, missionário da comunidade São João Maximovich em Curitiba e da Paroquia Nossa Senhora da Proteção na Pedreira -São Paulo SP.

"Sou um sacerdote ortodoxo e busco fiéis comprometidos com a Santa Fé, livres das heresias propagadas por aqueles que a desconhecem ou a deturpam intencionalmente. Como membro da Genuína Igreja Ortodoxa da Grécia, preservamos  fielmente a Santa Tradição e os Santos Cânones, incluindo as decisões dos Santos Concílios que anatematizam as alterações no calendário litúrgico. Seguimos a determinação do Concílio de Niceia sobre o Menaion e o Pascalion, bem como as resoluções dos Concílios Pan-Ortodoxos de 1583, 1587, 1593 e 1848."

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