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5° Domingo da Quaresma

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Domingo de Santa Maria do Egito


Corresponde estreitamente ao domingo precedente: assim como o quarto domingo é dedicado a São João Clímaco, modelo dos ascetas, o quinto domingo celebra Santa Maria do Egito, modelo dos penitentes. Tal como a de São João Clímaco, a sua festa foi transferida do calendário fixo, onde é comemorada a 1 de abril. A sua vida, narrada por São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém - lê-se, como já dissemos, na quinta-feira da quinta semana - apresenta-nos um verdadeiro ícone verbal da essência do arrependimento. Na sua juventude, Santa Maria viveu de forma dissoluta e pecaminosa em Alexandria. Levada pela curiosidade, viajou com alguns peregrinos para Jerusalém, chegando a tempo da festa da Exaltação da Cruz. Mas, quando tentou entrar com os outros na Igreja do Santo Sepulcro, uma força invisível empurrou-a para trás no limiar. Isto aconteceu três ou quatro vezes. Levada a uma súbita contrição por esta estranha experiência, rezou toda a noite com lágrimas à Mãe de Deus e, na manhã seguinte, verificou, para sua alegria, que podia entrar na igreja sem dificuldade. Depois de venerar a Cruz, deixou Jerusalém nesse mesmo dia, atravessou o Jordão e estabeleceu-se como solitária numa região remota do deserto. Lá permaneceu durante quarenta e sete anos, escondida do mundo, até ser encontrada pelo asceta S. Zósimas, que lhe pôde dar a Sagrada Comunhão pouco antes da sua morte. Alguns escritores modernos questionaram a exatidão histórica da narrativa de São Sofrônio, mas não há em si nada de impossível em tal história. No ano de 1890, o sacerdote grego Joachim Spetseris encontrou uma mulher eremita no deserto para lá do Jordão, vivendo quase exatamente como Santa Maria deve ter vivido. Neste Domingo, o primeiro Cânone das Matinas baseia-se na história do Homem Rico e Lázaro (Lc 16, 19-31): tal como a parábola do Bom Samaritano do Domingo anterior, esta é aplicada simbolicamente ao cristão arrependido.

Sexta Semana


Durante os serviços desta semana, e ainda mais durante a Semana Santa, o Triodion assume o carácter de uma narrativa histórica. Dia após dia, acompanhamos Cristo: estamos com Ele quando se aproxima de Jerusalém, quando chega a Betânia para ressuscitar Lázaro, quando entra na Cidade Santa no Domingo de Ramos, quando se aproxima da sua Paixão. Os ofícios diários são marcados por um sentido de movimento progressivo e de realismo dramático. Em cada dia, recordamos, o mais exatamente possível, o que deve ter acontecido no dia correspondente, durante o último ano do ministério terreno de Cristo. Tudo isto não deve ser visto como uma simples comemoração de fatos ocorridos num passado longínquo. Pelo contrário, através da celebração litúrgica, revivemos estes acontecimentos, participando neles como contemporâneos. Somos elevados do nível do tempo secular, medido pelo relógio ou pelo calendário, para o nível do tempo “litúrgico” ou “sagrado”; somos transferidos para o ponto em que a dimensão vertical da eternidade rompe o tempo linear. Esta transposição do passado para o presente, da recordação para a realidade, exprime-se nos textos litúrgicos, sobretudo através da palavra Hoje. Assim, cantamos no Sábado de Lázaro: “Hoje Betânia proclama de antemão a Ressurreição de Cristo”; “Hoje Cristo entra na Cidade Santa”, afirmamos no Domingo de Ramos; “Hoje Cristo vem à casa do fariseu”, dizemos na Quarta-feira Santa, “e a mulher pecadora aproxima-se e cai a seus pés... Hoje Judas fez aliança com os chefes dos sacerdotes”. “Hoje o Mestre da Criação está diante de Pilatos”, dizemos na Sexta-Feira Santa: ‘...Hoje Aquele que suspendeu a terra sobre as águas está suspenso na Cruz’. Assim também, à meia-noite de Páscoa, afirmamos: “Ontem fui sepultado contigo, ó Cristo, e hoje ressuscito com a Tua ascensão. Ontem fui crucificado contigo....” Não compreenderemos o sentido destas duas últimas semanas do Triodion se não escutarmos esta palavra Hoje que ressoa em cada celebração. Não se trata de uma simples metáfora ou de uma licença poética, mas encarna uma experiência espiritual específica. Tudo o que foi testemunhado pelas multidões na Semana Santa, todas as palavras dirigidas aos discípulos, todos os sofrimentos sofridos por Cristo - tudo isto deve ser vivido aqui e agora por mim.

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Pároco da paróquia Axion Estin em Sorocaba e, responsável pela igreja GOC no Brasil, missionário da comunidade São João Maximovich em Curitiba e da Paroquia Nossa Senhora da Proteção na Pedreira -São Paulo SP.

"Sou um sacerdote ortodoxo e busco fiéis comprometidos com a Santa Fé, livres das heresias propagadas por aqueles que a desconhecem ou a deturpam intencionalmente. Como membro da Genuína Igreja Ortodoxa da Grécia, preservamos  fielmente a Santa Tradição e os Santos Cânones, incluindo as decisões dos Santos Concílios que anatematizam as alterações no calendário litúrgico. Seguimos a determinação do Concílio de Niceia sobre o Menaion e o Pascalion, bem como as resoluções dos Concílios Pan-Ortodoxos de 1583, 1587, 1593 e 1848."

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