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AS REGRAS DO JEJUM

Atualizado: 11 de fev.

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Dentro da tradição da Quaresma, o que exatamente exigem as regras do jejum? Embora não tenha havido uma uniformidade rigorosa nem no passado nem nos tempos atuais, a maioria das autoridades ortodoxas concorda com as seguintes normas:


(1) Durante a semana entre o Domingo do Publicano e do Fariseu e o do Filho Pródigo, há uma dispensa geral de todo jejum. Pode-se comer carne e produtos animais, mesmo à quarta e à sexta-feira.


(2) Na semana seguinte, frequentemente designada por “Semana de Carnaval”, o habitual é mantido na quarta e na sexta-feira. De resto, não há jejum especial.


(3) Na semana que precede a Quaresma, a carne é proibida, mas os ovos, o queijo e outros produtos lácteos podem ser consumidos todos os dias, incluindo quarta e sexta-feira.


(4) Durante as sete semanas da Quaresma, de segunda a sexta-feira, há restrições tanto no número de refeições diárias quanto nos tipos de alimentos permitidos. No entanto, quando uma refeição é permitida, não há um limite fixo quanto à quantidade de alimentos que podem ser consumidos.

(a) Nos dias úteis da primeira semana, o jejum é especialmente rigoroso. De acordo com a observância estrita, durante os primeiros cinco dias da Quaresma, devem ser feitas apenas duas refeições: uma na quarta-feira e outra na sexta-feira, ambas após a Liturgia dos Pré-Santificados. Nos outros três dias, aqueles que têm forças são incentivados a manter um jejum absoluto. Para os que não conseguem, é permitido comer à noite, após as Vésperas, na terça e na quinta-feira, mas não na segunda-feira, se possível. Nessa refeição, podem consumir pão e água, ou talvez chá ou suco de fruta, mas não uma refeição cozinhada. Vale ressaltar que, na prática, essas regras são frequentemente flexibilizadas nos dias de hoje. Nas refeições de quarta e sexta-feira, é prescrita a xerofagia, que literalmente significa "comer em seco". Interpretado de forma rigorosa, isso significa comer apenas legumes cozidos com água e sal, além de frutas, frutos secos, pão e mel. No entanto, na prática, o polvo e o marisco também são permitidos nesses dias de xerofagia, assim como margarina vegetal e óleos vegetais, como óleo de milho, desde que não sejam feitos de azeitonas. Mas as seguintes categorias de alimentos estão definitivamente excluídas:


(i) carne;

(ii) produtos de origem animal (queijo, leite, manteiga, ovos, banha de porco, pingos);

(iii) peixe (ou seja, peixes com espinhas dorsais);

(iv) óleo (ou seja, azeite) e vinho (ou seja, todas as bebidas alcoólicas).


(b) Nos dias úteis (de segunda a sexta-feira) da segunda, terceira, quarta, quinta e sexta semanas da Quaresma, é permitida uma refeição por dia, a ser feita à tarde, após as Vésperas. Nessa refeição, deve ser observada a xerofagia.


(c) Semana Santa. Nos três primeiros dias faz-se uma refeição por dia, com xerofagia; mas há quem procure manter um jejum completo nesses dias, ou então come apenas alimentos crus, como nos dias iniciais da primeira semana. Na Quinta-feira Santa come-se uma refeição, com vinho e azeite (ou seja, óleo de oliva). Na Sexta-feira Santa, os que têm forças seguem a prática da Igreja primitiva e fazem um jejum total. Os que não o podem fazer podem comer pão, com um pouco de água, chá ou sumo de fruta, mas só ao pôr do sol ou, pelo menos, depois da veneração do Epitáfio nas Vésperas. No Sábado Santo, em princípio, não há refeição, porque, segundo a prática antiga, depois de terminada a Liturgia de S. Basílio, os eis permaneciam na igreja para a leitura dos Atos dos Apóstolos e, para seu sustento, era-lhes dado um pouco de pão e frutos secos, com um cálice de vinho. Se, como acontece habitualmente agora, regressarem a casa para comer, podem usar vinho, mas não azeite, pois só neste sábado, entre todos os sábados do ano, não é permitido o azeite. A regra da xerofagia é flexibilizada nos dias seguintes:

(1) Nos sábados e domingos da Quaresma, com exceção do Sábado Santo, podem ser tomadas duas refeições principais da forma habitual, por volta do meio-dia e à noite, com vinho e azeite; mas não são permitidos carne, produtos animais e peixe.


(2) Na festa da Anunciação (25 de março, no calendário patrístico) e no Domingo de Ramos, é permitido o peixe, o vinho e o azeite, mas não é permitida a carne e os produtos animais. Se a festa da Anunciação coincidir com os primeiros quatro dias da Semana Santa, são permitidos o vinho e o azeite, mas não o peixe. Se coincidir com a Sexta-Feira Santa ou com o Sábado Santo, é permitido o vinho, mas não o peixe e o azeite.


(3) O vinho e o azeite são permitidos nos dias seguintes, se coincidirem com um dia de semana da segunda, terceira, quarta, quinta ou sexta semana:


  • Primeiro e segundo achamento da cabeça de S. João Batista (24 de fevereiro ,no calendário patrístico)

  • Santos quarenta mártires de Sebastes (9 de março, no calendário patrístico)

  • Festa da Anunciação (24 de março, no calendário patrístico)

  • Sinaxe do Arcanjo Gabriel (26 de março, no calendário patrístico)

  • Festa patronal da Igreja ou do Mosteiro.


(4) O vinho e o azeite são também permitidos na quarta e quinta-feira da quinta semana, por causa da vigília do Grande Cânone. O vinho é permitido - e, segundo algumas autoridades, também o óleo - na sexta-feira da mesma semana, por causa da vigília do Hino Akathistos.


Sempre se considerou que estas regras de jejum deviam ser flexibilizadas no caso de pessoas idosas ou de saúde débil. Na prática atual, mesmo para os que gozam de boa saúde, o rigor total do jejum é geralmente atenuado. Atualmente, são poucos os ortodoxos que tentam manter um jejum total na segunda, terça e quinta-feira da primeira semana, ou nos três primeiros dias da Semana Santa. Nos dias de semana - exceto, talvez, durante a primeira semana ou a Semana Santa - é agora comum comer duas refeições cozinhadas diariamente em vez de uma. A partir da segunda até à sexta semana, muitos ortodoxos usam vinho, e talvez também azeite, às terças e quintas-feiras, e menos frequentemente também às segundas-feiras. Nestas semanas, é frequentemente permitido comer peixe. Há que ter em conta fatores pessoais, como por exemplo a situação de um ortodoxo isolado que viva na mesma casa que não ortodoxos, ou que seja obrigado a tomar as refeições numa fábrica ou na cantina de uma escola. Em caso de dúvida, cada um deve procurar o conselho do seu pai espiritual. É essencial ter sempre presente que “não estais sob a lei, mas sob a graça” (Rm 6,14), e que “a letra mata, mas o Espírito vivica” (2 Cor 3,6). As regras do jejum, embora devam ser levadas a sério, não devem ser interpretadas com um legalismo duro e pedante; “porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17).


Tradução do TRIODION : Marina (Camila Tintel)

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Pároco da paróquia Axion Estin em Sorocaba e, responsável pela igreja GOC no Brasil, missionário da comunidade São João Maximovich em Curitiba e da Paroquia Nossa Senhora da Proteção na Pedreira -São Paulo SP.

"Sou um sacerdote ortodoxo e busco fiéis comprometidos com a Santa Fé, livres das heresias propagadas por aqueles que a desconhecem ou a deturpam intencionalmente. Como membro da Genuína Igreja Ortodoxa da Grécia, preservamos  fielmente a Santa Tradição e os Santos Cânones, incluindo as decisões dos Santos Concílios que anatematizam as alterações no calendário litúrgico. Seguimos a determinação do Concílio de Niceia sobre o Menaion e o Pascalion, bem como as resoluções dos Concílios Pan-Ortodoxos de 1583, 1587, 1593 e 1848."

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